Canto I
Olhe as luzes
com a chegada da manhã
o sol vai empurrando as estrelas do céu.
São momentos de aparente indecisão
a luz que se espalha no negro da noite.
Mantém-se o dia, portanto.
Vencido o negro da noite.
Mas, não se engane com o instante
da vida no seu constante.
Olhe a noite
envolvendo o horizonte.
A lua mudando vai mudando
as luzes do céu.
São momentos de aparente indecisão
a noite se espalha e expulsa a luz.
Mantém-se a noite, portanto.
Vencido o sol que declina.
Mas, não se engane com o instante
da vida no seu constante.
Serra da Mantiqueira, março de 2012
Basta seguir o ritmo …
Sempre o sol se põe
Sempre a noite chega
Sempre quem chegou se vai
Sempre quem não estava
Chega !
Os dias amanhecem
as noites chegam pra lembrar
um dia,de uma noite especial
assim,
num vai e vem, num leva e traz
de emoção,
de carinho,
de despedida,
de saudade
de renovação
de alegria!
Rompido o equilíbrio
de um jogo que se alterna,
apolíneo, dionisíaco,
ganhamos as verdades da vida.
Verdades, últimas, inquestionáveis,
que nos dão a visão do real.
Mas, as surpresas do não dito,
que não cabem nos parâmetros do visível,
nos levam para além das fronteiras,
no imaginário do ainda-não-presente .
Um novo momento, capaz de ser vivido
no astuciar do futuro que chega.
Como num vai e vem,
nesse leva e traz ,
rompe-se o equilíbrio
do reinado de Apolo, da razão inquestionável.
Instaurada, se faz,então, as desordens dionisíacas
que nos levarão além das paredes azuis .
Esse azul…
Um lindo azul hortênsia,
que todo ano floresce ,morre..
Assim, num ciclo de vida e morte,
do novo e do velho,
do que se rompe e do que se reata.
Que rapidamente nos espanta.
e lentamente vai nos trazendo à realidade.
Nesse Vai e Vem, nesse Leva e Traz.
A guerra silenciosa de nossos pensamentos e ações …cegas de si para si mesma,caminhando incólumes para o lugar que no fim é comum para todos,não se tocam não se multiplicam sobre elas…fazem do mundo uma prisão de paredes azuis…!
Eterno retorno que num espiral
Apenas nos dizem que o viver
E apenas isso…o ato de viver
Cabendo, portanto, vive-lo
Na mais profunda da sua intensidade
De um vida-vivida,
Alargando por isso,
As paredes azuis do
Seu contorno…
A Guerra passou
ainda assim, estranha e contraditoriamente
ouvimos bombardeios por toda a parte
a inundar nosso corpo e alma.
Se não nos libertamos do estampido que persiste, é porque nossa “guerra Interna” não nos abandonou …
Confusões mentais, tristezas.
Coração infartado e dolorido.
Guerra e Paz!
Não se engane com a rapidez da vida
Não se assuste com a lentidão da morte.
Não se engane com a rapidez da vida
Não se assuste com a lentidão da morte…
Amigos e Alegres.
Distantes, estranhamente distantes,
Nesse Vai e Vem da Vida
que engana, sonha, mas acorda.
O sol, sempre nascerá apontando-nos a realidade.
Nesse Vai e Vem
Nesse leva e Traz.
Como reticências.
Assim ,contraditóriamente:
Realidade e Reticências.
Momentos da vida,
presentes pra sempre.
Não saem da lembrança .
Com o tempo se fundem
com a dinâmica da existência.
Ficção…realidade?
Nesse Vai e Vem
Nesse Leva e Traz
Nos levam pra frente,
Para outros momentos
do futuro vivido no presente
com as entranhas do passado vivido.
Como reticências , à espera do novo,
do nascer do sol.
Nesse Vai e Vem
Nesse Leva e Traz…
Gostei tanto dessa “balada”que me atrevo a falar um pouco de sentimentos e emoções “transitórias”, aparentemente “contraditórias”.
Certo que não escrevo com a habilidade de um poeta.
É so pra deixar um comentário, uma resposta, à linda “balada” que acabei de ler.
A noite é linda, estrelada.
primeira do outono.
O Medo se apressa
a encontrá-la, desnudada.
A noite é linda, estrelada,
As estrelas, uma a uma são contadas
apenas a cadente rasga o céu.
Já não há mais noite: nem linda, nem estrelada
Num piscar de olhos o sol rompe o horizonte
A Coragem irradia
toda transparência ao novo dia.
O dia é lindo, ensolarado.
Não importa mais : Medo e Coragem se confundem
Na tênue linha do horizonte.
Nesse Vai e Vem,
Nesse Leva e traz.